Após alcançar mais de 1.500.000 pessoas treinadas de forma presencial, decidi compartilhar um dos assuntos que eu mais gosto: A FANTASIA NO MUNDO CORPORATIVO.
1a. Como as empresas querem que os seus colaboradores cuidem das necessidades dos clientes, se a maioria não aprendeu nem enxergar as próprias necessidades?
2a. Como as empresas querem que os seus líderes cuidem das necessidades dos seus colaboradores, se a maioria não aprendeu nem enxergar as próprias necessidades?
Estamos diante de um MUNDO DAS FANTASIAS e queremos provar isso.
Uma das maiores dificuldades das pessoas que participam de processos seletivos é ter que falar (diante de uma entrevista) ou escrever (desafio da redação), sobre o tema: COMO VOCÊ É ou QUAIS SÃO SEUS DEFEITOS E QUALIDADES.
Esse TEMA deveria ser facilmente explanado pelos candidatos, pois a pessoa é dona da própria história e tem muita coisa para discorrer sobre ela. Mas, a dificuldade prova que a maioria não se conhece.
Houve um tempo onde as pessoas iam dormir e tinham sensibilidade para perceber a maciez do lençol ou o conforto do travesseiro. Hoje, a maioria vai dormir como “pedra”. A maioria está perdendo a sensibilidade.
A maioria vai ao dentista somente quando sente uma dor. A cultura do preventivo está em falta. As mulheres sabem que necessitam visitar o ginecologista periodicamente.
Mas, a maioria somente o visita quando surge um corrimento ou um desconforto na relação.
Pesquisa recente mostrou que garotas e garotos entre 15 e 20 anos ainda não sabem andar de bicicleta, pois são filhos de pais que se debruçaram ao trabalho e não tiveram tempo de ensinar a pedalar. Eles não perceberam que existe um MIX de necessidades.
Será que a maioria das pessoas realmente são sensíveis para perceber as necessidades dos clientes ou essas empresas que vivem o MUNDO DA FANTASIA, ainda não perceberam que o que elas fazem chama-se: MINÍMO NECESSÁRIO. No Brasil, ainda estamos muito distantes do conceito de entregar mais do que foi pedido, ou seja, o famoso “overdelivery”. Temos que perceber melhor o nosso MIX de necessidades, melhorar a nossa auto-estima e resgatar o nosso patriotismo, para depois atingirmos os padrões do “overdelivery”.
Se pensarmos na relação entre líderes e seus colaboradores, a questão ainda fica mais complexa, pois pessoas que ainda não aprenderam a perceber e cuidar do seu MIX DE NECESSIDADES, certamente não possuem sensibilidade para enxergar e cuidar das necessidades dos seus colaboradores. Eles tendem a ignorar as várias necessidades dos colaboradores (MIX) e focam apenas a necessidade de gerar resultados de produtividade. Esse tipo de relação, eu carinhosamente chamo de: “relação entre cegos”. É a típica situação onde um cego tenta conduzir o outro cego.
Muitas empresas não possuem líderes e, sim, cães de guarda, pois o que eles mais sabem fazer é tomar conta. Quem toma conta é cachorro da casa do dono. A prova disso é que recentemente um CEO foi me apresentar um dos seus líderes e disse: ESSE É O MEU DIRETOR QUE TOMA CONTA DA REGIÃO “X“.
Tenho obtido sucesso com um CURSO INCRÍVEL que ajuda as pessoas a descobrirem e cuidarem das próprias necessidades e isso tem causado um impacto revolucionário na forma como eles tem percebido e cuidado das necessidades dos clientes INTERNOS e EXTERNOS. Criei esse curso para provar que o SHOW DE ATENDIMENTO ou a LIDERANÇA EFICAZ, somente virarão REALIDADE, após as empresas investirem em EDUCAÇÃO e ORIENTAÇÃO sobre como as pessoas podem PERCEBER MELHOR e CUIDAR MELHOR do MIX de necessidades.
Fiz um trabalho para uma das marcas de automóveis mais poderosas do mundo e logo na abertura da palestra, eu disse que os vendedores estavam desmotivados e ofereciam o MÍNIMO NECESSÁRIO. No começo eles ficaram muito bravos e no final me aplaudiram em pé. A empresa tinha excelentes produtos, preços e prazos competitivos, treinamento de PRODUTOS e TÉCNICAS DE VENDAS, marketing ofensivo e condições de trabalho excelentes. Mas, o ATENDIMENTO era “frio” e “mecânico” e ninguém entendia o MOTIVO. Você leitor deste texto já compreendeu o MOTIVO que impulsionava o desempenho desses vendedores e tornou-se capaz de diagnosticar a seguinte CAUSA: eles ignoravam as várias necessidades dos colaboradores e focavam apenas a necessidade de obter resultados de produtividade.
A própria Disney que é uma referência para o MUNDO CORPORATIVO não comete esse erro primário de querer que as necessidades dos clientes internos e externos sejam supridas, sem ANTES ajudar as pessoas a perceberem e cuidarem das próprias necessidades.
Portanto, de nada adianta as empresas investirem em produtos excelentes, preços e prazos competitivos, treinamento de PRODUTOS e TÉCNICAS DE VENDAS, marketing ofensivo e melhores condições de trabalho, se não aprenderem como EDUCAR e ORIENTAR as pessoas a PERCEBEREM e CUIDAREM das próprias necessidades, para depois prestarem um ATENDIMENTO SHOW e uma LIDERANÇA EFICAZ.
Este texto é um convite para reduzir a FANTASIA NO MUNDO CORPORATIVO.
Jeferson Lopes da Rocha é sócio proprietário da JLRocha & Associados Consultores e atua na área de treinamento e desenvolvimento desde 1983.
