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  2. 22
    Novembro

Apresentação

EDUCAR PARA A VIDA – O NOVO PAPEL DAS EMPRESAS NO 3º MILÊNIO

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O Brasil “comemorou” os seus 500 anos de descobrimento. Os otimistas focaram os pontos positivos desse percurso, os pessimistas os pontos negativos e os dois juntos compartilharam de um único ponto de vista em comum: “os próximos 500 anos dependem do empenho de cada ser humano”.
A empresa dos próximos 500 anos, também necessitará compartilhar desse ponto de vista em comum. Quando fala-se sobre “depender do empenho de cada ser humano”, a maioria das empresas orgulham-se de dizer que realizam grandes investimentos para atingir este objetivo, quando treinam e desenvolvem seus colaboradores para trabalharem em equipe, praticarem gerência participativa, “empowerment”, etc. Mas , na prática percebe-se que todos estes esforços são canalizados para melhorar a gestão, os sistemas e os processos de determinada empresa, mas, não ultrapassam os “muros empresariais”, pois ainda vivemos numa sociedade onde prevalece a “Lei de Gerson”, que diz: “brasileiro gosta de levar vantagem em tudo, certo?”.
A empresa dos próximos 500 anos, terá a sua gestão, e seus sistemas e os seus processos condenados  ao fracasso se não interferirem e assumirem o papel de agentes e mudança de um modelo de sociedade que ministrou e distorceu valores fundamentais para a convivência e a evolução humana, como ética.
Os mesmo indivíduos que cometem deslizes éticos, praticando a “Lei de Gerson” e que impressionam até as pessoas que compartilham da mesma lei estão ou estrarão trabalhando nas empresas dos próximos 500 anos. Desta forma, necessitamos refletir sobre as seguintes hipóteses:

  1. Será que assim que puderem não aplicaram a Lei de Gerson?
  2. Será que, atualmente, não praticam a “Lei de Gerson” pelo motivo de ocuparem cargos que não oferecem alçadas, mas amanhã, atingindo cargos seniores, poderão aplicar a sua lei a distribuir missões empresariais belíssimas?
  3. Será que as pessoas que praticam a “Lei de Gerson”, do Lado de fora dos “muitos empresarias”, não praticarão a mesma lei quando estiverem do lado de dentro?

Acreditamos que a vida útil de uma empresa dependerá dos investimentos que serão feitos para assegurar o crescimento e o desenvolvimento dos valores éticos de cada colaborador.

É comum encontrar missões empresariais fundamentadas em valores éticos que fazem parte da natureza de um grupo de pessoas pequeno, que são ingênuos e imaginam que já incutiram tais valores em todos os seus supostos “colaboradores”, através dos cursos sobre trabalho em equipe, etc.
Ora, não estamos ofendendo ninguém, apenas estamos cansados de presenciar profissionais, principalmente consultores e administradores, fazendo rodeios para dizer isso que tivemos coragem de abordar. Chegamos a conclusão que é preciso, principalmente, interromper e, se possível, extinguir os valores deturpados que incentivaram e valorizaram a falta de ética e que contaminou a maioria da sociedade, para, posteriormente, propor modelos de gestão, sistemas e processos modernos, que serão assimilados, através de uma visão mais ampla e sistêmica. Se tentarmos inverter a ordem, ou seja, oferecer preparação moderna e exclusivamente colocando em risco o futuro e os próximos 500 anos da nossa história.

Já está na hora de enfrentar a falta de ética. Não podemos mais aceitar que os brasileiros sejam reconhecidos internacionalmente pela característica de querer levar vantagem em tudo (“Lei de Gerson”). Fica a impressão de que aceitamos está condição imutável e que tentar revertê-la é papel da família, da igreja e das escolas. Qual a família? Aquela que o pai diz que foram escolhidos e são donos da única verdade. Qual escola? Aquela que é a direção o fato de que as empresas estão repletas de pessoas sem valores éticos e se não intervirem na reeducação dessas pessoas, os melhores modelos gerenciais serão engavetados com o passar do tempo, os melhores métodos de administração de empresas ser~]ao abandonados, pelas atitudes de maiorias sem valores éticos que decepcionarão aquelas que acreditam nas pessoas e os farão retornar à modelos ultrapassados, como: autoritarismo, policiamento, vigia, etc.

É preciso lembrar que antes de criar postos de trabalho, para todas as pessoas que estão disponíveis no mercado (desempregados), a empresa dos próximos 500 anos, necessitará criar “centros de treinamento diferenciado” que ensinarão continuamente valores éticos e não apenas gestão, sistemas e processos.

Se as empresas não ensinarem papéis mais aprofundados, no que diz respeito à educar e desenvolver valores éticos, estarão colocando em risco o seu nos próximos 5 anos, o que dizer no próximos 500 anos.
Os estudiosos da área de recursos humanos, já chegaram a conclusão que ao invés de criar uma “fabrica de controles” para vigiar os comportamentos das pessoas, precisam desenvolvê-las para que amadureçam e percebam suas responsabilidades. Mas, apesar de conhecerem suas responsabilidades não significa que desenvolveram e tornaram-se pessoas éticas que preocupam-se com o interesse alheio. O que estamos afirmando é que está havendo uma confusão entre estar com uma visão mais ampla do seu papel e de suas responsabilidades profissionais e ser ético. Atualmente, existem pessoas gerenciando melhor, vendendo melhor, operando computadores de maneira melhor, mas, ainda com tendências fortíssimas para praticarem a “Lei do Gerson”. Infelizmente, é preciso reconhecer que existem pessoas que já fizeram inúmeros cursos sobre trabalho em equipe, gerência corporativa e empowerment e ainda são capazes de praticarem a “Lei de Gerson”, como: furar fila no banco, deixar de comunicar a caixa da farmácia que digitou o preço inferior ai estabelecido e até mentir para “mascarar”, a própria imagem antiética e condenar inocentes.
Será que as pessoas que escrevem “besteirol” na parte dos banheiros públicos não ocupam cargos nas empresas? Qual será o comportamento das mesmas, quando encontrarem modelos de gerência que estimulam a liberdade de ação, sem “policiamentos” ou vigias? Os modelos gerenciais estão cada vez mais inteligentes, mas, tornam-se “burros”, quando desprezam a cultura e os valores locais, acreditam que todos estão prontos e capazes para assimilar e reter tais responsabilidades, mas que para serem eficazes, dependerão 100% da ética.

 

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